sábado, 13 de dezembro de 2008


A indignação continua bem viva na Grécia



[Hoje (13), em Atenas, tiveram lugar duas manifestações, mas também em Tesalônica, com a presença de milhares de pessoas no centro de ambas as cidades. Registaram-se atentados contra 5 bancos que provocaram danos materiais. A delegacia e duas viaturas foram incendiadas no centro da capital, em Guizi e Exarchia, o bairro onde o jovem foi baleado mortalmente. A seguir informes curtos que chegaram da Grécia.]Dia International de Ação Contra os Assassinatos Cometidos pelo Estado, em 20 de dezembro de 2008 - "Nós não esquecemos, nós não perdoamos"Neste sábado (13), a assembléia da Escola Politécnica Ocupada, decidiu fazer um chamado internacional para o dia 20 de dezembro, para a realização de acões em homenagem a todos os jovens, imigrantes e revolucionários que foram assassinados pelo Estado. Para Carlo Giulianii, Alexis Gringoropoulos, Carlos Palomino, os jovens rebeldes dos subúrbios franceses e tantos outros em todo o mundo. Em breve o comunicado completo da Escola Politécnica Ocupada.TV é ocupada em PátrasNa cidade de Pátras, um grupo de anarquistas ocupou durante meia hora o canal de televisão "Super B", e emitiram ao vivo um vídeo com imagens da luta na Grécia e um comunicado. Vídeo, aqui: http://www.youtube.com/watch?v=J-a1jCD9sk0Manifestação e Ocupação de uma emissora de Rádio em JaniáDepois da manifestação de hoje na cidade de Janiá (Ilha de Creta), foi ocupada uma emissora de rádio, onde foi lido "ao vivo" vários textos escritos pelo espaço autogestionado dos imigrantes, o C.S.O.A "Rosa Negra", a Associação de Professores, de um coletivo de anarquistas da cidade, da Associação de Estudantes da Universidade Politécnica de Janiá e da Prefeitura Ocupada de Áyios Dimítrios.Prisioneiros apóiam a lutaMilhares de prisioneiros, nos 23 presídios da Grécia, na terça-feira passada, entraram em greve de fome (por um dia) para se solidarizar com a luta e contra o terrorismo estatal. agência de notícias anarquistas-ana

ao voltar dos camposabro a portae a lua entra comigo Rogério Martins

segunda-feira, 8 de setembro de 2008


Convenções presidenciais estadunidenses terminam com centenas de prisões e casos de tortura

[Pessoas desaparecidas, humilhadas, torturadas e presas na maior operação policial realizada nos Estados Unidos desde a “Batalha de Seattle”, em dezembro de 1999. Anarquistas foram os alvos principais da repressão do Estado.]
A Convenção Republicana, em St. Paul (Minnesota), acabou dias atrás e registrou o dobro de prisões de manifestantes que durante os quatro dias da Convenção Democrata, na semana passada.
Calcula-se que, somando as duas convenções, cerca de 1000 ativistas foram presos, só no último dia da Convenção Republicana, durante uma marcha anti-guerra, 400 pessoas foram detidas, a maioria jovens anarquistas.
Segundo relatos, durante os dias da Convenção Republicana, que concentrou os maiores protestos, desde pacíficos à intensos, pessoas desapareceram, foram humilhadas e sofreram sessões de tortura, sendo espancadas com pedaços de madeira, chutadas e sofrendo todo tipo de tormento psicológico em distritos policiais e nos “becos escuros” das ruas de St. Paul.
Há relatos também de casas de anarquistas invadidas por policiais sem identificação, em busca de material “criminoso”, tais como folhetos, livros, revistas...
Alguns anarquistas foram acusados de conspiração, enquadrados na Lei Patriota (Patriot Act) contra o terrorismo, criada por George W. Bush, e podem ser condenados a pegar até oito anos de prisão.
A Convenção Republicana contou com o contingente policial de 3.700 homens, inclusive do FBI, fortemente armados, com cassetetes de madeira, bombas de efeito moral, spray de gás-pimenta, laser e outros utensílios. Vindos de diversas partes dos Estados Unidos, como Texas, Arizona, Nova Iorque, Flórida e Califórnia.
Antes de começarem as manifestações, grupos de policiais à paisana, se infiltraram nas concentrações e tiraram fotografias e vídeos dos ativistas.

agência de notícias anarquistas-ana
De que árvore florida chega?
Não sei.
Mas é seu perfume...
Matsuo Bashô

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

[Espanha] O caso de um preso anarquista


Há tempos nos queixamos, com razão, de que na nossa vida pública faltam idéias, debate, capacidade de reflexão. Mas este maior interesse pelas idéias deveria vir acompanhado também de um maior sentido de realidade, da vontade de concretizar as idéias, de preocupar-se pelos problemas que têm as pessoas reais. Quando não se faz isso, as idéias podem ser desculpas para se fazer castelos no ar, inclusive castelos progressistas.
Existem de menos as duas coisas: idéias, mas também ações concretas para lutar contra o trato injusto, contra os sofrimentos que muitos padecem. A prisão é um dos temas que mais debate e mais preocupação deveriam gerar entre nós. Por desgraça, não é assim. Desde já faz anos tenho acompanhado vários casos de presos políticos na Catalunha e tenho comprovado que o sistema judicial e a instituição penitenciária são feudos tão fechados, tão opacos, que, se não se vai com muito cuidado, podem acabar instalando-se neles a parcialidade, a arbitrariedade, a crueldade e o legalismo vingativo.
Por isso, quero referir-me a casos concretos, falarei de Amadeu Casellas. É um anarquista que expropriou bancos nos 70 e 80. Faz já bastante tempo, mais de 20 anos que está na prisão. Pede para ser libertado, porque, se não, sua pena acabará convertendo-se em perpétua, o que vai contra a celebrada Constituição espanhola. Mas também se conformaria com a concessão, como lhe corresponde, do terceiro grau penitenciário, para ir somente dormir na prisão. E a ele tudo é negado. Tudo. Suspeito que é porque é anarquista. Se fosse banqueiro, ex- prefeito, alguém do teatro ou um empresário o tratariam muito melhor. Mas é anarquista. E, a estes, não se lhes condena só na prisão: também a inexistência.
Hoje, faz 74 dias que Amadeu Casellas começou uma greve de fome para reclamar que se lhe trate como se trata a todo o mundo. Isto tão pouco têm nenhum efeito. Eu temo que o poder goste, principalmente, de si mesmo, no judiciário, na prisão ou aonde quer que seja. Os que têm poder tem também o objetivo de reduzir o sofrimento e de fazer a vida mais suportável, mais humana?
Josep-Maria Terricabras
Fonte: Jornal da Catalunha - LA RUEDA - 3/9/2008
Liberdade ou morte. Música de rap para difundir a situação de Amadeu
Liberdade ou morte. Música de rap para difundir a situação de Amadeu Casellas. Uso livre para qualquer coletivo ou individualidade solidária: programas de rádio, rádios livres, CDs autogestionados, difusão por internet etc...
Para escutar a música: http://es.youtube.com/watch?v=155x88MO0MM
Para baixar gratuitamente a música: http://www.megaupload.com/es/?d=UU5FRRJ0
Tradução > Juvei


agência de notícias anarquistas-ana
Lágrima aflora.Na música lá forauma alma chora. Rogério Viana
Banco grego é alvo de ataque incendiário


De acordo com o jornal Tahydromos, uma explosão de um dispositivo improvisado causou grandes danos à subsidiária do banco Ethniki, localizada entre a esquina da Rua Larissis e Neapoleos. A explosão, armada por pessoas desconhecidas, ocorreu às 4h04min da manhã, deste primeiro dia de setembro, resultando numa destruição total das janelas do banco e do ATM lá também instalado. De acordo com evidências colhidas, a polícia do Departamento de Segurança de Volos, acredita que pessoas desconhecidas colocaram latas de gás e um pedaço de roupa banhada em óleo dentro de um caixa de papelão e daí atearam fogo. Das chamas saiu um calor que fez com que as latas de gás explodissem, quebrando o vidro das janelas e cobrindo o ATM com fogo. “Esta foi à quarta vez que tais ataques ocorreram contra o ATM de bancos durante os últimos cinco anos”, disse um militar do Departamento de Segurança de Volos.
Um comunicado divulgado via e-mail
“Nesta última noite, nós, colocamos um dispositivo incendiário no banco Ethniki do Agii Anargiri, em Volos. Escolhemos atacá-lo de tal maneira para causar danos materiais, e até mesmo uma desordem mínima ao fluxo normal de dinheiro.
Bancos sempre serão um alvo essencial, visto que são mecanismos econômicos de exploração, e também são templos modernos do sistema capitalista que produz e recicla consumidores obedientes. Isto retrata somente um passar de olhos sobre os falsos sorrisos de seus estúpidos comerciais, comparada com a realidade miserável dos empréstimos, combinada com às 8 horas de trabalhos forçados para manchar o topo da miséria que eles chamam de paz social.
É exatamente aí o lugar que nós miramos: para minar e destruir tudo isso! Este é o porquê de o tempo e o lugar dos ataques não serem limitados, sua realização não espera por ocasiões. Pretendemos generalizar e espalhar tais ações ofensivas...
Esta ação é dedicada a todo/as o/as preso/as anarquistas...”
Tradução > Marcelo Yokoi

agência de notícias anarquistas-ana

Canta o bem-te-vino galho da goiabeira:mesma saudação! Ronaldo Bomfim
[Alemanha] A existência da ocupação Liebig34 está ameaçada novamente!


[Maldito capitalista, especulador imobiliário, quer desocupar um espaço autônomo e feminista em Berlim. Feministas, queers, squatters e outros mais já deram o recado: "Tirem suas mãos de nossos projetos autônomos!"]
Liebig34 é uma casa feminista e separatista. Embora estejamos pagando aluguel, somos a favor de ocupações e vivemos juntas como um coletivo autônomo.
Somos opostas a qualquer tipo de hierarquia e estamos dando o melhor de nós para eliminar as hierarquias ainda existentes em nossas vidas diárias.
Como projeto só de mulheres/lésbicas/trans, constituímos um espaço e refúgio longe do patriarcado, do sexismo e do heterossexismo. Não queremos viver em um mundo em que cada um de nossos passos é determinado e monitorado por meia dúzia de machos brancos.
Em um ambiente separatista, pode-se sanar as deficiências causadas por uma educação sexista. Nesse ambiente, ocorre com mais freqüência a solidariedade entre as pessoas do grupo, que depois levam esse sentimento para outros setores de suas vidas.
Liebig34 Ficará Onde Está!
O projeto da casa Liebig34 em Friedrichshain, Berlim, é um dos últimos coletivos autônomos e separatistas para mulheres, lésbicas e transgênero na Europa.
O infoshop político "Daneben" (www.daneben.info), assim como o bar-coletivo "XB-Liebig" (www.XB-bleibt.blogsport.com), ambos espaços não-comerciais e auto-organizados, estão localizados no mesmo prédio.
Invadida em 1991 e depois legalizada, a casa ainda se afirma como local autônomo e radical, ativo na cena underground.
Liebig34 existe há 17 anos. A casa é conhecida internacionalmente, sendo um importante ponto de encontro para a cena feminista-emancipatória de Berlim.
Os moradores da Liebig34 tentam viver livres do sexismo, do patriarcado, do racismo e de todas as outras formas de hierarquia. Isso não significa uma negação do fato de que todos nós fomos criados em uma sociedade normativa e capitalista, que condicionou nossa maneira de se comportar e pensar, mas acelerar a desconstrução de padrões e papéis estabelecidos.
No momento, 25 pessoas vivem na L34. Essa diversidade faz com que o processo de tomada de decisões e consenso seja uma presença constante no dia a dia, o que nem sempre é fácil, mas crucial para a vida coletiva.
Liebig34 é um local em que apóiamos uns aos outros, na luta ofensiva contra a alienação onipresente e multifacetada e os processos de normalização do sistema capitalista.
Ser feminista significa, para nós, levar a sério a opressão diária que é imposta não somente às mulheres, mas também a outros grupos e minorias sujeitos à discriminação e ao preconceito pelo sistema heteronormativo.
Consideramos nosso espaço um abrigo contra a hierarquia, o preconceito e a opressão.
Assim como muitos outros espaços livres em Berlim, a existência da Liebig34 está ameaçada novamente!
Gjora Padovicz está tentando comprar o 6º e último andar da casa. Precisamos impedi-lo, para evitar que os habitantes da casa sejam despejados, bem como evitar a extinção de mais um espaço livre. Gjora Padovicz é um executivo "de sucesso" e especulador imobiliário, cujo único interesse é gerar lucros.
Sua atividade consiste em comprar prédios velhos e transformá-los em apartamentos novos e rentáveis.
Ele gosta de se autodenominar "colecionador" de casas autônomas e é conhecido por, dessa maneira, destruir infra-estruturas e redes (por exemplo Kreuziger12 e Scharni29).
Por enquanto, só há queixas contra o trabalho de G. Padovicz e de sua empresa, a "Factor", por parte de coletivos e também de outros moradores que habitam as casas antigas que ele compra. Ele é amplamente conhecido por nunca manter sua palavra.
Esta luta não está limitada à cena underground, mas reflete um complexo processo de gentrificação, que afeta especialmente as pessoas de baixa renda. As pessoas são forçadas a deixar a vizinhança, sendo levadas aos limites das cidades para que consigam pagar seus aluguéis..
Espaços livres onde as pessoas possam viver independentemente de quanto dinheiro elas tenham estão se tornando cada vez mais raros. As casas autônomas são uma das últimas alternativas ao modelo de vida imposto em Berlim.
A expulsão de nossa casa significaria a extinção de um importante ponto de encontro para o movimento não comercial autônomo/de esquerda. A luta não é pela casa em si, mas também pelo coletivo XB-Liebig e pelo infoshop Daneben.
Por isso é tão importante lutar determinadamente contra a erradicação sistemática dos espaços autônomos.
Estamos desenvolvendo maneiras e estratégias para pressionar politicamente G. Padovicz e sua empresa, e estamos determinada/os a fazê-lo desistir do negócio qualquer preço.
Um dos objetivos mais urgentes é comprar o 6º andar do prédio em um leilão que irá acontecer em breve. Para tanto, precisamos de 40.000 euros e o máximo de apoio e solidariedade possíveis.
Pedimos que todos os grupos e indivíduos nos ajudem com quaisquer ações de apoio (festas em solidariedade, passeatas, doações).
Não vamos deixar que a possibilidade de escolher como vamos viver nossas vidas seja tirada de nós!
Tirem suas mãos de nossos projetos autônomos!!!
Solidariedade às ocupações em todo o mundo!
Nós ficaremos!
Feministas, queers e squatters, uni-vos!
Esmague o capitalismo e o sexismo!
E-mail: liebig34@no-log.org
Doações: Spenden Konto Raduga E.V. - KONTO-Nr 4005651900 // BLZ 43060967 //
Tradução > Danielle Sales


agência de notícias anarquistas-ana
no lagoum patotoma banho de chuveiro Rogério Martins

terça-feira, 2 de setembro de 2008


[Grécia] Três camaradas foram presos acusados de um grande caso de seqüestro

No dia 20 de agosto, quatro pessoas foram presas na Grécia sob a acusação de um seqüestro, onde uma grande quantia foi paga pelo resgate do refém. As pessoas presas são Polikarpos Georgiadis, Vasilis Palaiokostas, Vagelis Hrisohoides e uma outra pessoa na qual o resto do grupo tomou distância devido ao seu comportamento.
Já no dia 21, mais quatro pessoas foram presas por também desempenhar um papel menor no seqüestro. A pessoa que foi raptada há alguns meses atrás se refere ao presidente do Sindicato para os Proprietários da Indústria Pesada (sindicato empregador) Georgos Mylonas, que não muito tempo atrás causou um alvoroço nos trabalhadores quando disse que nas fábricas as pessoas teriam de trabalhar mais duramente e em maior quantidade de horas.
Ele foi solto após ser paga uma soma de 10 milhões de euros, arranjados por sua esposa. A mídia e a polícia alegaram que este dinheiro foi destinado à libertação da prisão do irmão de Vasilis, Nikos Palaiokostas. Fotos na imprensa burguesa mostraram a larga variedade de munições, kalashnikovs (rifles automáticos), um lançador-propelente de granadas, artifícios explosivos, coletes à prova de balas e uniformes de bombeiros que foram encontrados no momento da prisão.
Histórias da quantia de dinheiro sendo encontrada de volta mudam todos os dias. A polícia disse que uma grande parte dos talões foi marcada e em cerca de 150 lugares diferentes eles as encontraram de volta.
A história e tradição de Vagelis, Vasilis e Polikarpos neste caso, como também os tantos outros ataques contra a exploração e a escravidão das pessoas, são importantes para o contexto deste seqüestro e para a rebelião social em geral. Polikarpos e Vagelis são queridos companheiros na cena anarquista desde há muitos anos e ambos têm sido muito ativos.
Polikarpos foi mandado para a prisão antes, em 16 de abril de 2004, acusado por tentativa de provocar incêndio com artifícios explosivos contra o veículo de uma companhia de segurança privada. A polícia tentou acusá-lo por tentativa de incêndio e posse de dispositivos explosivos, mas não pode provar nada. Ele permaneceu em pré-detenção por um ano e de qualquer forma foi tido como culpado. Durante seu tempo na prisão ele chegou a conhecer Vasilis Palaiokostas. A mídia burguesa o acusou naquela época de ser um ladrão de banco também, e deste ponto de vista isto os encaixa perfeitamente para clamar hoje que Vasilis teria “escolhido Polikarpos para uma conspiração para colocar seu irmão, Nikos, para fora da prisão”. Estes dois irmãos são duas “lendas” bem conhecidas no país faz décadas.
Desde a queda do império Otomano em 1821 a Grécia passou a conhecer uma grande tradição muito popular de ladrões classistas e sociais, como sendo uma resposta à pobreza e à exploração. Estas pessoas tomariam de volta o dinheiro dos ricos, das autoridades, dos exploradores, e freqüentemente se escondiam em vilarejos, com a ajuda das pessoas; estas se recusariam a ajudar a polícia e os protegeria das autoridades.
Os rebeldes sempre tiveram fortes conexões com as pessoas e providenciaram para suas comunidades, por exemplo, apoio financeiro para educação e medicação, tendo por sua vez proteção da comunidade em relação à polícia. Nesta realidade, os dois irmãos Vasilis e Nikos, e ainda muitos outros, que cresceram em uma família muito pobre, não poderiam mais suportar suas próprias explorações e escravizações bem como as das pessoas que os circundam nesta sociedade, e assim, durante os últimos 30 anos, eles têm vivido suas vidas como rebeldes sociais.
Eles fizeram dezenas de assaltos a bancos, roubos de carros e fugas da prisão, mas nunca tiveram roupas elegantes, dirigiram carros caros ou viveram em casas luxuosas. De fato teve uma vez que eles atiraram de volta o dinheiro para o chão do banco, porque aquele pequeno montante não era a quantia que eles realmente precisavam. Tudo isto foi sempre enviado para onde era necessário e compartilhado com as pessoas que os protegeram, os esconderam e ainda não vão dizer uma palavra sequer para a polícia sobre os seus companheiros.
Durante todos esses anos eles permaneceram nos “subsolos”, enquanto eram trilhados pela polícia de tempos em tempos, quer resultando em bem-sucedidas fugas em carros roubados ou tendo que enfrentar um infeliz tempo de prisão. Sempre escapando dela, no entanto, com a amante e espetacular ajuda do outro irmão.
Por toda a década de 80 eles fizeram muitos assaltos, até Nikos terminar na prisão em 1988, mas foi solto pelo seu irmão há poucos dias mais tarde, jogando, pelo lado de fora, uma corda sobre o muro da prisão. Dois anos depois, em fevereiro de 1990 ele foi preso novamente. Um mês depois Vasilis foi infortunadamente pego com um amigo, enquanto tentava resgatar seu irmão. Esta foi, supostamente, a primeira vez em que ambos estavam na prisão ao mesmo tempo.
Em dezembro de 1990, no entanto, Nikos escapa da prisão de Korydallos em Atenas após um enorme levante no presídio; a polícia então estaria procurando por ele pelos próximos 16 anos, até que o pegou, por acidente, quando estava em uma batida de carro em 2006. Desde então ele nunca mais saiu.
Em 1991 Vasilis consegue escapar da prisão de Halkida. Em 1992 ele rouba um banco. Em 1995, juntos, eles assaltam um banco em Atenas. Em dezembro de 1995 eles estavam sendo acusados de seqüestrarem o presidente da Haitoglou, uma grande fábrica de “halvas” (comida grega). Eles, supostamente, o deixaram ir após quatro dias e também após receberem 750.000 euros de resgate. O ministro da ordem pública profere então um mandado de prisão que circulou na televisão e na rádio, além de cartazes com as fotos deles e uma recompensa de também exatamente 750.00 euros.
Em 1996, Vasilis foi rastreado pela polícia em Korfu, mas conseguiu escapar dela tomando um carro. Dois anos mais tarde a mesma situação ocorre em Yanitsa, e volta a se repetir em maio de 1999. Em 2003, Nikos faz uma fuga espetacular com um helicóptero.
Em 2006, Nikos, de bicicleta, roubou um banco em Veria e fugiu porque a massa de policiais lá presente estava completamente preocupada com a proteção do presidente que estava visitando as ruas de Veria naquele exato momento. Em setembro daquele mesmo ano ele teve o acidente de carro e foi preso novamente após muitos anos se escondendo e vivendo como um fugitivo.
A polícia descobre sobre a identidade e o paradeiro do grupo porque um quarto homem estava gastando largas somas de dinheiro em carros luxuosos em Creta. Também porque Georgos Mylonas tinha declarado à polícia que durante seu seqüestro ele tinha ouvido aviões sobrevoando por lá muito freqüentemente. Com a prisão do homem em Creta eles descobriram que tinham alugado uma casa em Souroti, uma tranqüila área perto de Tessalonica, próxima ao aeroporto. A polícia alega que com 14 policiais da força especial e 10 policiais civis (é muito possível que havia bem mais), eles cercaram a casa em Souroti. Ambos Vasilis e Polikarpos foram presos lá, onde tinham também mantido Mylonas e a artilharia.
No dia 22 de agosto de 2008, todos eles foram levados ao promotor, que deu à eles três dias para preparar a defesa, e decidirá sobre a continuidade da detenção pré-julgamento deles. Encaram nove acusações (3 crimes, 6 delitos). Após o processo eles foram arrastados por dois grandes policiais da tropa de elite para a imprensa, ávida para tirar uma foto dos mais procurados na Grécia, e orgulhosa de mostrar a todos que eles foram pegos; o pesadelo de todo o sistema que impõe a lei, o controle e a punição sobre as pessoas.
Tradução > Marcelo Yokoi

agência de notícias anarquistas-ana
Na tarde chuvosa,Sozinho, despreocupado,Um pardal molhado Edson Kenji Lura

[EUA] Livro que fala de anarquismo e homossexualidade é destaque em novo espaço libertário na Califórnia

“Alexander Berkman Social Clube”. Esse é o nome de um recém inaugurado espaço anarquista na cidade de São Francisco, na Califórnia. A festa de abertura foi um tremendo êxito de público. Assim como uma das primeiras atividades no local, a conversa sobre “Anarquismo e Sexualidade”, que contou com a presença do anarquista Terence Kissack, que falou a respeito de seu novo livro: “Camaradas Livres: O Anarquismo e Homossexualidade nos Estados Unidos, 1895-1917” (AKPress, 2008). Essa trata-se de uma obra muito bem comentada pelos críticos literários estadunidense. Nesse mesmo dia, Jessica Moran, também fez uma apresentação abordando o anarquismo e o amor livre nos Estados Unidos no último século; e Joey Cain, outro convidado da noite, discorreu sobre Edward Carpenter, que foi, indiscutivelmente, um dos pioneiros do movimento GLBT moderno.
Um pouco sobre o livro de Kissack
Através da investigação de registros públicos, jornais e livros publicados entre 1895 e 1917, Terence Kissack expande o alcance da história das políticas GLTB nos Estado Unidos. O anarquista Kissack examina escritos – tais como os de Emma Goldman, Benjamin Tucker e Alexander Berkman – defendendo o direito de indivíduos a buscarem relações do mesmo sexo, freqüentemente desafiando as crenças conservadoras de seus companheiros anarquistas bem como de outras pessoas que estão fora do movimento – polícia, clero e autoridades médicas – que condenam as pessoas GLTB.
Em seu livro, Kissack examina o processo e a prisão de Oscar Wilde, a vida e o trabalho de Walt Whitman, periódicos tais como a Liberdade, de Benjamin Tucker e o O/as Camaradas Livres, de Leonard Abbott. Examina também o ostensivo tratamento de relações homossexuais em Memórias da Prisão de Um Anarquista, de Alexander Berkman.
Por defender o direito de entrar em uma associação do mesmo sexo, livre de restrições governamentais e sociais, o/as anarquistas proclamaram um desafio para a sociedade que ainda hoje não é conhecido.
Terence Kissack é um antigo Diretor Executivo da Sociedade Histórica Gay, Lesbiana, Bissexual e Transgênera de São Francisco, e atualmente ajuda à junta dessa organização. Seus escritos têm aparecido na Revista de História Radical e no Jornal da História da Sexualidade.
Para adquirir o livro: www.akpress.org
Para se manter informado sobre as atividades do ASBC, ver fotos, baixar gravações de áudio dos primeiros acontecimentos, acesse: www.alexanderberkmansocialclub.blogspot.com
Tradução > Marcelo Yokoi

agência de notícias anarquistas-ana
Ao sol da manhã,Imóvel como se dormisse,A coruja no fio. Paulo Franchetti