sexta-feira, 28 de dezembro de 2007


Movimento Anarquista se reorganiza no Pontal


Encontro ocorrido hoje sexta-feira, 28, trouxe de volta o debate em torno do Movimento Anarquista da região. Um grupo composto por vinte pessoas, de diferentes cidades da região, estiveram em Presidente Prudente, onde fizeram um balanço das atividades anarquistas na cidade.


Segundo o ativista CoOk, 15 anos, estudante secundarista, um dos organizadores do Movimento no Pontal, os ideais do Anarquismo tem despertado o interesse de muitos jovens, inclusive na região. “Apesar de estarmos numa região extremamente conservadora, quase que sob regime do coronelismo, com apoio de latifundiários, a juventude tem escolhido o anarquismo como uma alternativa social para o País”. CoOk aponta estudantes secundaristas, universitários e juventude trabalhadora como os mais interessados na história e na militância do Movimento.


O Anarquismo, de acordo com Blisset, 22 anos, universitário, chega de forma distorcida ao conhecimento das pessoas e, aqueles que o praticam, fazem de forma desarticulada, muitas vezes isoladas. São pelo menos três grupos atuando timidamente só em Presidente Prudente, distribuindo material e vendendo livros; manifestando contra as Guerras comandadas pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush; manifestos contra a política das corporações multinacionais que atuam na região; entre outros.


A partir de agora, pretende-se formar coletivos anarquistas em pelo menos 70% dos municípios do Pontal. Estes formariam a Liga Libertária, que atuaria diretamente nos movimentos sociais e sindicais, de lutas operarias e camponesas.


Outra frente de luta que o Movimento Anarquista propõe para o Pontal será o intenso ativismo contra a expansão da monocultura da cana-de-açucar. “Faremos isso denunciando a exploração e o alto índice de exploração de trabalhadores nos canaviais. Denunciaremos também os grupos econômicos nacionais e multinacionais que destroem o meio ambiente através da degradação do meio ambiente, onde citamos o corte clandestino de arvores, drenagem de mananciais, assoreamento de rios, córregos e nascentes pela monocultura da cana, utilização de agrotóxicos prejudiciais ao meio ambiente”, explica a ativista feminista Lilith, de 17 anos.


O Movimento Anarquista pretende difundir ainda as idéias do Sindicalismo Revolucionário ou Anarco-sindicalismo, fortalecendo sindicatos e realizando formação dos ativistas na ação direta e em trabalhos de campo nos assentamentos rurais e nos sindicatos.


“Usaremos todos os meios necessários para difusão do anarquismo, desde simples panfletos, fixação de material em murais de escolas e centros comunitários, até informativos e também a rede mundial de computadores. É preciso fazer um trabalho de libertar o homem do domínio do homem, desenvolvendo nos indivíduos sua participação direta e não delegada no meio em que vive”, diz o ativista Squat, 25 anos.


Anarquismo é uma teoria politica que pretende criar anarquia, "a ausencia do senhor, do soberano". [P-J Proudhon, What is Property, p. 264] Em outras palavras, anarquismo é uma teoria politica que almeja criar uma sociedade na qual os individuos cooperem livremente entre si como iguais. Assim, o anarquismo se opõe a todas as formas de controle hierárquico - venha ele do estado ou de capitalistas - por ser danoso tanto ao individuo quanto à sua individualidade e portanto desnecessario.
Nas palavras da anarquista L. Susan Brown:
"Embora a compreensão polular de anarquismo seja de um movimento violento anti-estado, o anarquismo é uma tradição muito mais sutil e delicada do que a simples oposição ao poder governamental. Os anarquistas se opõem à ideia de que o poder e a dominação são necessarios para a sociedade, e por isso defendem formas mais cooperativas e anti-hierárquicas de organização economica, politica e social." [The Politics of Individualism, p. 106]
Portanto, "anarquismo" e "anarquia" são sem dúvida as ideias mais deturpadas na teoria política. Geralmente, as palavras usadas para significar "caos" ou "desordem", e portanto, por implicação, anarquistas desejam o caos social e o retorno "à idade da pedra".
Este processo de falsificacao tem paralelos na historia. Por exemplo, em paises em o governo é exercido necessáriamente por uma pessoa (monarquia), as palavras "república" ou "democracia" são usadas precisamente como "anarquia", significando desordem e confusão. Aqueles que se interessam em manter o status quo obviamente se dedicam a afirmar que a oposição ao corrente sistema não poderia funcionar na prática, e que uma nova forma de sociedade resultaria no caos. Ou, como Errico Malatesta expressou:
"enquanto pensarem que o governo é necessario e que sem governo tudo seria desordem e confusao, é natural e lógico que anarquia, que significa ausencia de governo, soe como ausencia de ordem." [Anarchy, p. 12].
Anarquistas querem mudar essa ideia do "senso comum" de "anarquia", para que as pessoas vejam que o governo e outros relacionamentos sociais hierarquicos são tão nocivos quanto desnecessarios:
"Mude as opiniões, convença o público de que o governo não é apenas desnecessario, mas extremamente nocivo, e então a palavra anarquia, justamente porque significa ausencia de governo, significará para todos: ordem natural, conjunto das necessidades humanas e o interesse de todos, completa liberdade com completa solidariedade." [Ibid., pp. 12-13].


Anarquismo é uma teoria politica que pretende criar anarquia, "a ausencia do senhor, do soberano". [P-J Proudhon, What is Property, p. 264] Em outras palavras, anarquismo é uma teoria politica que almeja criar uma sociedade na qual os individuos cooperem livremente entre si como iguais. Assim, o anarquismo se opõe a todas as formas de controle hierárquico - venha ele do estado ou de capitalistas - por ser danoso tanto ao individuo quanto à sua individualidade e portanto desnecessario.
Nas palavras da anarquista L. Susan Brown:
"Embora a compreensão polular de anarquismo seja de um movimento violento anti-estado, o anarquismo é uma tradição muito mais sutil e delicada do que a simples oposição ao poder governamental. Os anarquistas se opõem à ideia de que o poder e a dominação são necessarios para a sociedade, e por isso defendem formas mais cooperativas e anti-hierárquicas de organização economica, politica e social." [The Politics of Individualism, p. 106]
Portanto, "anarquismo" e "anarquia" são sem dúvida as ideias mais deturpadas na teoria política. Geralmente, as palavras usadas para significar "caos" ou "desordem", e portanto, por implicação, anarquistas desejam o caos social e o retorno "à idade da pedra".
Este processo de falsificacao tem paralelos na historia. Por exemplo, em paises em o governo é exercido necessáriamente por uma pessoa (monarquia), as palavras "república" ou "democracia" são usadas precisamente como "anarquia", significando desordem e confusão. Aqueles que se interessam em manter o status quo obviamente se dedicam a afirmar que a oposição ao corrente sistema não poderia funcionar na prática, e que uma nova forma de sociedade resultaria no caos. Ou, como Errico Malatesta expressou:
"enquanto pensarem que o governo é necessario e que sem governo tudo seria desordem e confusao, é natural e lógico que anarquia, que significa ausencia de governo, soe como ausencia de ordem." [Anarchy, p. 12].
Anarquistas querem mudar essa ideia do "senso comum" de "anarquia", para que as pessoas vejam que o governo e outros relacionamentos sociais hierarquicos são tão nocivos quanto desnecessarios:
"Mude as opiniões, convença o público de que o governo não é apenas desnecessario, mas extremamente nocivo, e então a palavra anarquia, justamente porque significa ausencia de governo, significará para todos: ordem natural, conjunto das necessidades humanas e o interesse de todos, completa liberdade com completa solidariedade." [Ibid., pp. 12-13].


Trecho "O QUE É ANARQUISMO" extraido do site do Coletivo Projeto Periferia


O SETOR SUCROALCOOLEIRO E OS IMPACTOS AMBIENTAIS


O nosso interesse em discutir o setor sucroalcooleiro esta relacionado ao cenário de expansão da cultura de cana-de-açúcar no Brasil, com destaque para o estado de São Paulo e, mais recentemente, para o Oeste Paulista. Trata-se de uma cadeia produtiva que movimenta inúmeras atividades laborativas, grande volume de negócios e divisas para o País e, conseqüentemente, vantagens comparativas adicionais para os empresários, os quais são os mais beneficiados. A agroindústria canavieira aporta-se como uma das mais destacadas e importantes atividades produtivas no âmbito da agropecuária brasileira, sendo que se estrutura a partir de um universo de cerca de 370 unidades produtivas de açúcar e álcool que se expressam a partir de uma área de 5.9 milhões de hectares no Brasil. A produção canavieira é distribuída desigualmente no Brasil, uma vez que concentra-se principalmente no Centro-Sul do Brasil. Esta porção do país concentra 85.7% da produção, sendo o estado de São Paulo o maior produtor, com 265.5 milhões de toneladas, saldo esse que representa 60.8 da produção nacional. Atualmente a cana-de-açúcar configura-se como uma das commodites mais destadas no cenário internacional, dada sua competitividade que exige crescente aumento de produtividade e redução dos custos, o que é alcançado por meio da exploração do trabalho e a destruição da natureza. Portanto, podemos dizer que a importância deste setor esta vinculado a sua representação econômica e política, tendo em vista que, atualmente, o agronegócio sucroalcooleiro movimenta cerca de R$ 40 bilhões por ano e representa aproximadamente 2,35% do PIB nacional, gerando cerca de 3,6 milhões de empregos diretos e indiretos. Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção nacional da safra de cana-de-açúcar em 2005/06 fechou em 436.8 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 5.1% em relação a safra de 2004/05, cuja era de 415.5 milhões de toneladas. Segundo estimativas apresentadas pela UNICA , o setor sucroalcooleiro vive um momento decisivo, no qual precisa investir para atender à demanda futura, principalmente de álcool combustível, que tem atraído a atenção de diferentes agentes em função da alta do petróleo e da necessidade de reduzir as emissões de gases poluentes. Neste contexto, já foram anunciados 51 novos projetos, sendo 41 em fase de execução, tendo em vista a oferta de 70 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até 2010. Em se tratando do Pontal do Paranapanema e Alta Paulista a manifestação do setor sucroalcooleiro se faz ver a partir de suas 16 unidades produtivas instaladas e em fase de instalação.




Vejamos a distribuição das unidades produtivas e os municípios que as comportam no Pontal do Paranapanema e Alta Paulista:


Município Unidade Produtiva


Adamantina- Branco Peres

Caiuá- Decasa

Dracena- Dracena

Flórida Paulista- Florálco

Junqueirópolis- Alta Paulista

Junqueirópolis- Rio Vermelho

Lucélia- Centralcool

Martinópolis- Diana II

Narandiba- Paranapanema

Narandiba- Cocal II

Parapuã- Dacal

Pirapozinho- Grupo Albertina

Presidente Prudente- Alto Alegre

Regente Feijó- Santa Fany

Santo Anastácio- Dalva

Teodoro Sampaio- Alcídia (Odebrecht)
Teodoro Sampaio - Conquista do Pontal (Odebrecht)


Entretanto, por trás dessa aparente configuração se situa um dos mais perversos meios de territorialização do capital no campo, ao passo que, evidencia-se a construção de uma marca político-estratégica que garante a hegemonia desta forma moderna de se produzir sem que haja preocupações de âmbito social, embiental, etc., logo reflete a imposição do pensamento único e o entendimento do mundo sem contradições.


Vejamos a seguir algumas das principais características do agronegócio:

a) Destino da produção - Mercado externo:

b) Forma por excelência da produção – latifúndio .

c)Mercadorias exigidas - Produtos com valor agregado e altamente valorizados no mercado;

d)Exploração da mão-de-obra;


A discussão sobre o avanço do capital sucroalcooleiro no Oeste Paulista é fundamental para apreendermos a dinâmica produtiva deste setor inserido no mundo do agronegócio e estarmos atentos aos desdobramentos para a sociedade. Neste contexto, podemos destacar impactos importantes em curso no que se refere ao meio ambiente e a sociedade, os quais muitas vezes ficam despercebidos diante do vislumbramento do agronegócio canavieiro.


Contudo, num primeiro momento vejamos o conceito de impacto ambiental:


Impacto Ambiental (Resolução CONAMA 01/86)


Alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam:

*A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
*As atividades sociais e econômicas;
*A biota;
*Condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
*A qualidade dos recursos ambientais Agora, podemos refletir sobre os impactos causados a partir da expansão do agronegócio sucroalcooleiro.


Principais Impactos Ambientais (homem)
*Sazonalidade da mão-de-obra;
*Incremento do tráfego viário;
*Alteração de uso e ocupação do solo;
*Aumento da pressão sobre a infra-estrutura urbana dos municípios sob influência das unidades produtivas;
Principais Impactos Ambientais - Meio Físico
*Redução da disponibilidade hídrica, decorrente da captação superficial;
*Processos erosivos e consequente assoreamento dos corpos d' água superficiais;
*Riscos de contaminação do solo e dos recursos hídricos, de fertilizantes e defensivos agrícola; *Risco de contaminação do solo, em razão da disposição inadequada de efluentes líquidos (Vinhaça);
*Poluição atmosférica através da queima da cana-de-açúcar na colheita, queima de bagaço nas caldeiras, aumento da circulação de veículos automotores.


Diante desse cenário, o nosso interesse é permitir a discussão da viabilidade dessa forma de produção, bem como, buscar formas alternativas de sustentabilidade para a nossa região, a qual é carente de investimentos nos seus aspectos sociais e ambientais.